MEMÓRIAS
Recordo com emoção
o lugar que morava,
a casinha pequenina,
humilde, agora tão sozinha...
abandonada... Verdadeiro lar!
Recordo o riacho sereno,
cristalino, que ficava tão perto,
pela janela vislumbrado,
rompendo as pedras
que habitavam em sua trilha,
com suas margens
coloridas pelos arbustos e flores,
onde o banho refrescante
complementava os momentos
de prazer!
Recordo as manhãs quando
os raios dourados do sol
rompiam entre os arvoredos
e vinham aquecer o quintal;
a passarinhada em alvorada,
o galo cantando na madrugada!
Recordo as noites enluaradas,
estreladas, a brisa soprando
levemente; o lampião aceso e
o cãozinho de estimação
acomodado no cantinho da sala!
Recordo a cantoria, os versos,
o som da gaita, da flauta, da viola;
a histórias, os causos, as lendas
que eram contadas!
Recordo o arado, que era
por uma junta de bois puxado,
sulcando a terra,
onde era plantado o milho,
a mandiba, o feijão!
Recordo os amigos,
a missa na igrejinha,
as brincadeiras e festinhas
cheias de paz, harmonia e alegria!
Recordo do carro de bois que passava
cantando, deixando marcas,
transportando a produção!
Recordo quando a chuva caia
molhando a plantação
e os animais se recolhiam
buscando proteção!
Recordo do paraíso que lá existia,
da juventude, dos anos vividos...
Mas em silêncio, bem de dentro,
sai um grito de socorro,
pois de saudades quase morro...
Do amor que lá ficou!
Roberto Pinheiro Acruche
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