HUMOR E POESIA




POESIA E HUMORISMO



SAUDADES DO SERTÃO


TOADA DO SERTÃO Nº 3

Roberto Pinheiro Acruche

04 de junho de 2003.

O Violão ainda chora

com saudades do Sertão

assim como a saudade

bate forte em meu coração.

Chora violão com saudades do sertão

Chora violão com saudades do sertão

Dos meus tempos de infância

pelos quintais a brincar

haviam muitos pomares

e muitas frutas por lá

sem contar com as nativas

que saiamos á catar...

Araçá, cabeluda, jabuticaba,

cambuí, abricó e guapeba,

jamelão, jenipapo, pitanga e ingá...

Que gostosura, que beleza,

tudo fácil de encontrar;

hoje mesmo procurando,

como é difícil de achar.

Chora violão com saudades do sertão

Chora violão com saudades do sertão

Carona nos carros de bois,

pegávamos, para passear,

o carreador gritando a toda hora

para o boi de guia guiar...

Boi sereno, boi malhado,

fasta boi, oouua...

Boi que andava e que parava

bastava o homem gritar.

As “rieiras” que marcavam as estradas

não estão em nenhum lugar,

carro de boi aqui não anda mais!...

Como pode “rieiras” encontrar?

Chora violão com saudades do sertão

Chora violão com saudades do sertão

Mesmo com tudo mudado

aqui vou continuar,

não importa a dor da saudade

dos tempos que não vão voltar,

importa que do meu Sertão

sempre, sempre irei lembrar.

Se tiver que chorar com o violão

que eu chore mesmo agora,

quem canta os males espanta,

quem chora a saudade afoga,

o planto pode ser longo

mais daqui não vou embora.

Chora violão com saudades do sertão

Chora violão com saudades do sertão

ESCRAVIDÃO, NUNCA MAIS!


ESCRAVIDÃO

Escravidão!... Escravidão!...

Só no pronunciar da palavra

a gente sente a tristeza

do tempo que a nobreza

fazia do ser humano um escravo!

Sujeito a um senhor

qual fosse a situação,

não tinha outro, si não,

o sentimento de dor.

Não eram diferentes...

Somente na cor.

Seres humanos, tratados com desumanidade,

sem dó e sem piedade e por pura maldade

acorrentados, pelos desencantos da vida.

Vida!... Que vida?

Escravo não tinha vida!

Tinha prisão,

tinha obrigação.

Era trabalhar... Trabalhar...

Para o bem do seu senhor!

Que mesmo servido,

não importava com os gemidos

do negro sofrido

cansado... dormindo no chão,

sem pano e sem pão.

Escravidão!... Escravidão!...

Negro era bicho...

Tratado como lixo

apanhava por capricho

do coronel ou capitão;

que mesmo com razão

não lhe davam nenhum direito,

a qualquer reclamação.

Ultrajados, despidos de liberdade,

violentados, chicoteados,

marcados a ferro e brasa,

assassinados...

Os pobres coitados,

barbaramente sacrificados,

eram comercializados, trocados...

traficados...

Não tinham outra perspectiva

a não ser o sofrimento,

a inclemência do trabalho.

Fugir era a única saída...

Saída!...Que saída?

Sua trilha era perseguida

sem defesa e sem comida

arrastando-se pelas florestas,

capões e capoeiras...

Embrenhando-se no inferno dos matagais.

Escravidão!... Escravidão!...

Será que existe perdão?

Escravidão!

Por Deus... Nunca mais!

Roberto P. Acruche

ROBERTO ACRUCHE FAZENDO POESIA



A POESIA DE ROBERTO ACRUCHE

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Quem Sou eu

Eu sou um caso,
um ocaso!
Eu sou um ser,
sem saber quem ser!
Eu sou uma esperança,
sem forças!
Eu sou energia,
ora cansada!
Eu sou um velho,
ora criança!
Eu sou um moço,
ora velho!
Eu sou uma luz,
ora apagada!
Eu sou tudo,
não sou nada!
Roberto P. Acruche

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