DESTINO CRUEL
Destino!
Tu me fazes peregrino,
agora velho,
mas desde menino
um andante alvorotado.
Por que me induzes assim?
O que queres tu de mim,
onde será a minha parada?
São dias e noites,
muitas madrugadas
suportando esta jornada
sem saber aonde chegar.
Cansei!... Não dá!...
Não quero mais coisa nenhuma
nem esperança; mais nada;
cheguei ao fim
apieda-te de mim
arremate o teu trabalho;
tira-me desse baralho
enterra-me
cubra-me com terra fria,
areia, cascalho,
para que o cheiro das flores,
da relva e a umidade do orvalho
não venha me alcançar.
Não quero mais nada deste mundo
permita que este pobre moribundo
possa de vez descansar.
Roberto Pinheiro Acruche
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