VIOLEIRO APAIXONADO
Sob a luz de um lampião
colocado sobre uma mesa
de madeira nobre,
porém pequena,
onde também tinha um ramo de flor,
ouvia cantigas de amor
de um violeiro solitário
exaltando sua paixão.
Sentado num banquinho humilde
que ficava no canto da sala,
dedilhava sua viola
sonorizando a noite
escura lá fora
onde os pirilampos
faziam refletir sua luminosidade
num pisca-pisca ritmado
como se acompanhasse a melodia
do violeiro apaixonado
que não tirava da imaginação
a sua cabocla
a mais bonita daquela região.
Morena de olhos negros,
cabelos longos, caídos pelos ombros,
corpo fascinante,
cheiroso como a flor do campo;
lábios sedutores...
O solitário violeiro morria de amores;
sonhava abraçar aquela trigueira
rolar com ela na esteira
esbanjar todo o anseio
tocar em seus seios
fazê-la sentir no peito
todo o efeito
que jorrava de seu coração.
A moreninha linda e faceira,
lá distante,
em seu casebre
não escutava
quando o violeiro cantava
e a viola chorava
com os versos entoados:
“Vem morena, vem agora,
não resisto à solidão!
Eu canto e a viola chora
vem me dar seu coração...”
“Vem morena, não demora,
vem me dar seu coração
eu canto e a viola chora
não resisto a solidão.”
Roberto Pinheiro Acruche
1 comentários:
Lindo poema Roberto Pinheiro Acrunhe
Que Deus abençõe esse seu Dom maravilhoso sempre
Susana Gianini
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