A ÚLTIMA GOTA
Ela suspirou densamente
como se aspirasse
à última gota de oxigênio!
Fechou os olhos,
seus fascinantes olhos claros,
entregando-me os seus lábios
sedentos de amor!
E um beijo prolongado, selado, molhado,
irrigou os nossos corações
despertando ainda mais,
a paixão que nos envolvia.
No calor de nossos abraços,
fomos nos despindo de cada peça
que impediam o encontro de nossa pele.
Desnudos, e num trocar de carinhos
fomos devagarzinho
fazendo fluir a chama que nos aquecia.
Ardentemente nos entregávamos,
numa entrega sem pudor,
esbanjando amor
em cada pedacinho de nosso ser.
Os lençóis rolaram,
os travesseiros caíram,
a melodia que climatizava romanticamente
o ambiente, acabou
e só fomos perceber
que depois do prazer
adormecemos respirando o ar da felicidade.
Os nossos olhares se cruzaram,
nossos lábios murmuraram e
respiramos instintivamente
o ar do amor.
Eu, depois disso tudo,
aspirando lentamente o
aroma suave da flor,
que adormeceu entre meus braços,
suspirei densamente,
como se aspirasse
à última gota de oxigênio.
Roberto Pinheiro Acruche
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