A FLORESTA QUE SONHEI
Bebo da fonte
escuto o vento
admiro a natureza...
Olho as árvores,
que beleza!
Vejo uma que está mais distante
e por um instante, imagino...
Qual será o seu destino?
Desde menino
sonhava plantar uma árvore
que fosse frondosa
que desse fruto
que abrigasse os pássaros
que sua folhagem
resistisse o outono,
que não tivesse dono...
Que passasse anos e anos...
Sem que fosse cortada,
em lenha transformada,
nem mesmo, em móveis, canoas, remos,
ou até, em piano!...
Que em sua volta
caíssem as sementes
surgissem os brotos
sobre a terra ardente;
e à assombreasse tão somente
com outras árvores
que fossem frondosas
que dessem frutos
que abrigassem os pássaros
que suas folhagens
resistissem o outono,
que não tivesse dono...
que suportassem os anos
que não fossem cortadas,
nem mesmo, para serem transformadas em pianos...
Que nos arredores
desabrochasse uma floresta
para que a natureza em festa
poetizasse o som dos ventos
o murmúrio das árvores
a cor das flores
engalanando a paisagem
sustentando a verdejante folhagem
que sob a chuva ou a estiagem
é suportada pelos troncos enraizados
que sulcam a terra.
E para realizar o meu sonho
plantei a semente de várias árvores
na esperança de seu crescimento, fecundidade e frutos...
Umas estão em fase de elevação;
germinando, com brotos florescendo;
mas ainda, longe de atingir a magnitude
e produzir a floresta visualizada pela imaginação.
Outras, infelizmente,
nem chegaram a se aquecer sob a luz do sol,
molhar-se na chuva,
ou mesmo com o orvalho
no período de estiagem.
Perderam-se sob a terra ardente!
Mas plantei a semente!...
Se as que floresceram me trazem a esperança
da transformação em uma mata bonita, espessa;
as que morreram me fazem amargar a consternação,
a tristeza, de não vê-las crescendo, se multiplicando,
enriquecendo a natureza.
Seria pretensioso
o sonho meu,
querer que todas se salvassem
crescessem e se multiplicassem?
Ou quem sabe uma heresia?
Pois mesmo as árvores
plantadas por Deus;
morrem, são cortadas, queimadas,
impiedosamente dizimadas...
Inclusive, uma delas,
foi utilizada para crucificar o Divino.
Não seriam as cultivadas
por um simples e mortal menino, sonhador,
que iriam sobrepor - o destino,
definido para cada invenção do Criador.
Seja lá o que for!...
Vou continuar acreditando
que posso fazer, e ainda ver florescer,
a floresta verdejante,
com árvores frondosas
que dão frutos
que abriguem pássaros
e suas folhagens
resistam o outono,
que não tenham dono
que suportem os anos
que não sejam cortadas
nem mesmo,
para serem transformadas
em pianos...
Roberto Pinheiro Acruche
Bebo da fonte
escuto o vento
admiro a natureza...
Olho as árvores,
que beleza!
Vejo uma que está mais distante
e por um instante, imagino...
Qual será o seu destino?
Desde menino
sonhava plantar uma árvore
que fosse frondosa
que desse fruto
que abrigasse os pássaros
que sua folhagem
resistisse o outono,
que não tivesse dono...
Que passasse anos e anos...
Sem que fosse cortada,
em lenha transformada,
nem mesmo, em móveis, canoas, remos,
ou até, em piano!...
Que em sua volta
caíssem as sementes
surgissem os brotos
sobre a terra ardente;
e à assombreasse tão somente
com outras árvores
que fossem frondosas
que dessem frutos
que abrigassem os pássaros
que suas folhagens
resistissem o outono,
que não tivesse dono...
que suportassem os anos
que não fossem cortadas,
nem mesmo, para serem transformadas em pianos...
Que nos arredores
desabrochasse uma floresta
para que a natureza em festa
poetizasse o som dos ventos
o murmúrio das árvores
a cor das flores
engalanando a paisagem
sustentando a verdejante folhagem
que sob a chuva ou a estiagem
é suportada pelos troncos enraizados
que sulcam a terra.
E para realizar o meu sonho
plantei a semente de várias árvores
na esperança de seu crescimento, fecundidade e frutos...
Umas estão em fase de elevação;
germinando, com brotos florescendo;
mas ainda, longe de atingir a magnitude
e produzir a floresta visualizada pela imaginação.
Outras, infelizmente,
nem chegaram a se aquecer sob a luz do sol,
molhar-se na chuva,
ou mesmo com o orvalho
no período de estiagem.
Perderam-se sob a terra ardente!
Mas plantei a semente!...
Se as que floresceram me trazem a esperança
da transformação em uma mata bonita, espessa;
as que morreram me fazem amargar a consternação,
a tristeza, de não vê-las crescendo, se multiplicando,
enriquecendo a natureza.
Seria pretensioso
o sonho meu,
querer que todas se salvassem
crescessem e se multiplicassem?
Ou quem sabe uma heresia?
Pois mesmo as árvores
plantadas por Deus;
morrem, são cortadas, queimadas,
impiedosamente dizimadas...
Inclusive, uma delas,
foi utilizada para crucificar o Divino.
Não seriam as cultivadas
por um simples e mortal menino, sonhador,
que iriam sobrepor - o destino,
definido para cada invenção do Criador.
Seja lá o que for!...
Vou continuar acreditando
que posso fazer, e ainda ver florescer,
a floresta verdejante,
com árvores frondosas
que dão frutos
que abriguem pássaros
e suas folhagens
resistam o outono,
que não tenham dono
que suportem os anos
que não sejam cortadas
nem mesmo,
para serem transformadas
em pianos...
Roberto Pinheiro Acruche
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