EU E MANOEL FIDELIS - HISTÓRIA DE SÃO FRANCISCO - Autor: ROBERTO ACRUCHE.

Quando eu contava 18 anos de idade, saí de São Francisco e fui a Campos comprar uma bicicleta. Na ida fui de ônibus e pretendia voltar com o Manoel Fidelis para trazer a minha máquina de pedalar. Fui à Distribuidora Mercantil e comprei uma MONARK azul, muito bonita, e fui pedalando até o mercado municipal para embarcá-la no caminhão. Chegando lá, falei para o Manoel Fidelis a minha pretensão, quando então me disse, não tem problema, eu levo. Só que você tem que atravessar a Ponte por causa da fiscalização. Naquela época a fiscalização era muito rígida, e tinha um posto fiscal na cabeça da ponte, que parava todos os carros para a cobrança de imposto; eu tinha a nota fiscal, mas o transportador tinha que pagar por unidade transportada.
Tudo combinado sai do mercado municipal pedalando para atravessar a ponte e embarcar após o dito posto fiscal. A BR-101 ainda não era asfaltada, assim como a RJ-224, que na época era RJ 92. Ao invés de parar logo após o posto fiscal, como havíamos combinado, resolvi continuar pedalando. Ouvia a buzina a ar do “international” tocando, mas eu continuava na frente pedalando. Disse pra mim mesmo; só vou embarcar em Travessão; quinze quilómetros a ser percorrido. Como cheguei à frente, e a partir daí querendo testar minha resistência, continuei pedalando. Quando subia o morro da ameixa, o antigo e alto morro da ameixa, eu ouvi o Fidelis buzinar em Floresta. Não parei! Nessa hora, já no finalzinho do morro, eu estava empurrando a bicicleta, era impossível subir pedalando, corri para concluir a subida e voltei a pedalar, aí eu, na presunção de jovem, queria mostrar força, e mais que antes forcei as pedaladas. Somente quando chegava a Morro Alegre é que fui alcançado. Faltava pouco! O Fidelis buzinava e fazia sinal que ia parar e eu mandei que seguisse, e fui acompanhando. Aproveitei as descidas de Santa Rita e da chegada ao aterro na Fazenda Macabú, em frente a Tarquínio Batista para embalar e colocar frente. Em cima do caminhão os feirantes fazendo torcida estimulavam a disputa. Com a subida do Tarquínio até mais ou menos a Rua da Jaca fui ultrapassado, mas voltei a dianteira na curva onde fica hoje o Posto de Gasolina do Macedo e fazia sinal com a mão, vamos Fidelis, usando as energias que ainda tinha para chegar primeiro no Bar do Toní, onde parei e também parou o Manoel Fidelis, fazendo a festa, e depois comentando o caso para toda São Francisco. Foi o assunto do dia. "De Campos-RJ à São Francisco foram percorridos 50 km."

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Quem Sou eu

Eu sou um caso,
um ocaso!
Eu sou um ser,
sem saber quem ser!
Eu sou uma esperança,
sem forças!
Eu sou energia,
ora cansada!
Eu sou um velho,
ora criança!
Eu sou um moço,
ora velho!
Eu sou uma luz,
ora apagada!
Eu sou tudo,
não sou nada!
Roberto P. Acruche

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