Longe vão
Tardes de verão,
Sentados ás dúzias, vadiando
Vizinhos, amigos, folguedeando
Avós, filhos, netos e irmãos,
Gente, muita gente
Boa gente
Maioria meninada,
Por conta da prosa boa,
Nas esteiras de tabôa
Espalhadas na calçada,
Insistente o nordestão
Alisando as carinhas
Areiando as criancinhas
Corzinha de pimentão
Nas ruas ainda de areia
Ouvindo histórias de Mãezinha
Contadas com voz mansinha
Histórinhas de sereia
Tinha matreira risada
E a atenção da molecada
Com tais palavras prendia
Pro mar, ela dizia,
Que suave o Paraíba corria
Serpenteando e cortando
Muitas ilhas Rodeando
Pois nas pranchas vão levando
Devagar , sempre chegando
Carregando filhos e tráias
Seguiam de Campos pra praia
Fazendo o maior sururú
Pra Atafona ou Gargaú
O tal pranchão encantado
Foi tanto e tanto imaginado
De quantas formas seria,
e quais cores o tingia ?
Se mais um pouco cresci
Mais um tanto apaixonei
Pelo que hoje já vi
pelo muito que não sei
Quarenta anos passaram
Meus olhos adimiraram
As formas do tal pranchão
Mirando a fotografia
Descobri quais cores lhe havia
Doada minha imaginação
Armando Barreto
VELHOS TEMPOS "poema"
Postado por
Roberto Pinheiro Acruche
domingo
Se alguém te perguntar o quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo... (Mário Quintana)
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