TRIBUTO AO PARAIBA DO SUL
Olhando o rio
deslizando lentamente,
sereno espelho d’água,
formando um tapete luzente
pelos reflexos do sol brilhante,
nada parece neste instante
com o mesmo rio caudaloso
que corre veloz e vistoso,
que rasga as suas margens,
invadindo cidades, várzeas, pastagens
com destino ao mar.
São as fazes do meu Paraíba,
as vezes adormecido e calmo,
outras com força desmedida
vindo em desabalada corrida
atravessando a tua trilha
provocando susto, trazendo medo,
parecendo um pesadelo, um terror,
até quem sabe um vingador
dos maus tratos sofridos?
São os mesmos
que realçam as tuas belezas
que cantam as tuas proezas
que te eleva em versos e poesia
que tiram de ti o sustento a cada dia
que matam a sede e a fome;
que te consome
com rasgos, desvios,
barragens e esgotos;
transformando-te,
um rio garrido e tão bonito...
Em depósito de lixo e detrito.
Meu valente, Paraíba do Sul,
produtor de riqueza
magia da natureza,
que nasce na serra
trilha os vales
irriga a terra...
Que brota pequenino
e se agiganta
e que a tantos encanta...
Quanto tributo nós te devemos?
Corras meu rio,
siga o teu destino;
inspirando por onde passas e pertences,
os campistas e os sanjoanenses.
Continue banhando
a minha terra sanfranciscana,
a abraçar o mar em Atafona,
com ele manter a Convivência.
Siga nas noites espelhando as estrelas
e a luz prateada do luar.
Durante os dias,
mostrando a tua exuberância
após percorrer toda a distância,
refletindo o céu azul,
apesar de sofrer tanta maldade,
exponha ao Brasil inteiro
a tua imortalidade,
repousando no lago manso e trigueiro,
onde fizeste morada
na praia de Gargaú.
Roberto P. Acruche
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