ESCRAVIDÃO
Escravidão!... Escravidão!...
Só no pronunciar da palavra
a gente sente a tristeza
do tempo que a nobreza
fazia do ser humano um escravo!
Sujeito a um senhor
qual fosse a situação,
não tinha outro, si não,
o sentimento de dor.
Não eram diferentes...
Somente na cor.
Seres humanos, tratados com desumanidade,
sem dó e sem piedade e por pura maldade
acorrentados, pelos desencantos da vida.
Vida!... Que vida?
Escravo não tinha vida!
Tinha prisão,
tinha obrigação.
Era trabalhar... Trabalhar...
Para o bem do seu senhor!
Que mesmo servido,
não importava com os gemidos
do negro sofrido
cansado... dormindo no chão,
sem pano e sem pão.
Escravidão!... Escravidão!...
Negro era bicho...
Tratado como lixo
apanhava por capricho
do coronel ou capitão;
que mesmo com razão
não lhe davam nenhum direito,
a qualquer reclamação.
Ultrajados, despidos de liberdade,
violentados, chicoteados,
marcados a ferro e brasa,
assassinados...
Os pobres coitados,
barbaramente sacrificados,
eram comercializados, trocados...
traficados...
Não tinham outra perspectiva
a não ser o sofrimento,
a inclemência do trabalho.
Fugir era a única saída...
Saída!...Que saída?
Sua trilha era perseguida
sem defesa e sem comida
arrastando-se pelas florestas,
capões e capoeiras...
Embrenhando-se no inferno dos matagais.
Escravidão!... Escravidão!...
Será que existe perdão?
Escravidão!
Por Deus... Nunca mais!
Roberto P. Acruche
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