VIOLEIRO APAIXONADO


VIOLEIRO APAIXONADO

Sob a luz de um lampião

colocado sobre uma mesa

de madeira nobre,

porém pequena,

onde também tinha um ramo de flor,

ouvia cantigas de amor

de um violeiro solitário

exaltando sua paixão.

Sentado num banquinho humilde

que ficava no canto da sala,

dedilhava sua viola

sonorizando a noite

escura lá fora,

onde os pirilampos

faziam refletir sua luminosidade

num pisca-pisca ritmado,

como se acompanhasse a melodia

do violeiro apaixonado

que não tirava da imaginação

a sua cabocla

a mais bonita daquela região.

Morena de olhos negros,

cabelos longos, caídos pelos ombros,

corpo fascinante,

cheiroso como a flor do campo;

lábios sedutores...

O solitário violeiro morria de amores;

sonhava abraçar aquela trigueira

rolar com ela na esteira

esbanjar todo o anseio

tocar em seus seios

fazê-la sentir no peito

todo o efeito

que jorrava de seu coração.

A moreninha linda e faceira,

lá distante,

em seu casebre

não escutava

quando o violeiro cantava

e a viola chorava

com os versos entoados:

“Vem morena, vem agora,

não resisto à solidão!

Eu canto e a viola chora

vem me dar seu coração...”

“Vem morena, não demora,

vem me dar seu coração

eu canto e a viola chora

não resisto a solidão.”

Roberto Pinheiro Acruche

2 comentários:

aracs 18 de março de 2012 às 21:56  

linda história "violeiro"

Poeta do amor 2 de abril de 2012 às 16:31  

Sem depreciar, mas quem precisa de Chico Buarque, Caetano e outros, se temos em São Francisco de Itabapoana esta fonte inesgotável de inspiração?


Quem Sou eu

Eu sou um caso,
um ocaso!
Eu sou um ser,
sem saber quem ser!
Eu sou uma esperança,
sem forças!
Eu sou energia,
ora cansada!
Eu sou um velho,
ora criança!
Eu sou um moço,
ora velho!
Eu sou uma luz,
ora apagada!
Eu sou tudo,
não sou nada!
Roberto P. Acruche

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