A PROZA DO CORTADOR DE CANA


A PROZA DO CORTADOR DE CANA

Mulhé... Ô Mulhé...

Trago notíça boa

dá vuntade inté di festejá.

A safra tá chegando

ta tudo mundo arrumando

vão começá trabaiá;

as cosas vai milhorá,

a munto canaviá

de modo à gente cortá.

Sei qui vô me arrebentá

as mão cheia di calo ficá

de tanto tê qui lutá.

Só nun vô pará!

Veja nossos fiinho, magrinho,

vão inté ficá barrigudinho,

comida num vai fartá.

De noite num vai havê choro

as criança num vai acordá

de barriga cheia vai dromí

de modo ocê tombem descançá.

Di manhãzinha vô mi levantá

pra labuta vô logo indo

levando minha malmita

minha garrafa di café,

caminhá pelos aceiro

cum Jesus e munta fé.

Vô da conta das ferramenta

meu facão vô molá

deixá ele bem afiado

pra mais dipressa cortá.

Vai saí munto caminhão,

muntão de carreta vai carregá,

as cana tudinha que vô cortá.

Mas o bão mermo

é eu podê trabaiá

pro pão nunca fartá,

num fartá tombém cobertô;

se Deus quizé, num vamo nem no dotô,

pra curá as dô,

que a fome em nois provocô.

Vai acabá a tristeza desse trabaiadô

qui nunca o silvirço farto,

foi sempre cumpridô

da ordi do patrão.

Seria bão

si o silvirço num fartasse mais não

di modo o trabaiadô num ficá tão humilhado

num ficá abandonado

sem tê o qui fazê.

Nois num qué adoecê,

nois qué mermo é produzi

pro Brasil progredí

com as força di nossas mão.

Nois qué cuidá bem dos filho

Vê crece cum saúde

cum educação;

será milhó pra tudo de nois

será milhó pra nação.

Roberto P. Acruche

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