LÁGRIMAS DE SAUDADE


LÁGRIMAS DE SAUDADE

Em homenagem ao “Seu Lauro”

Enxadeiro, trabalhador,

que capinava as terras do meu pai.



Pega na inxada fio!

Fio home tem qui se trabaiadô!

Ocê já tá cum dez ano,

Já precisa trabaiá,

di modo seu pai judá

criá os fios menó.

Oia só...

Seusirmão...

Antonho cum quasi nove ano,

Margarida cum oito,

Chiquinho cum seti,

Parmiro vai fazê seis,

Isaura tá quasí cum cinco,

Manezinho vai pra quato,

Porcina tá quasi cum dois;

E dispois, ta inté chegando

mais unzinho.

Quando ôcê mais crecê

vai tomá conta do roçado

qui fica daquele lado

pras banda du norte.

E si tivé sorte

vai morá cum uma cabocla

qui já inté sabi faze sopa

di modo ocê jantá.

Mas meu fio...

Vô ti falá; aprêndi rezá

pra ocê firmá trato cum nosso Sinhô,

si não os marvado

vão ti botá olhado.

Lembro quando eu era mínino piqueno

iguarzinho a ocê,

qui meu pai foi mi benzê

pra mi protegê,

lá na igreja du seu padre.

São Jorge mi deu vigilânça

e eu desdi criança

trabaio... trabaio... trabaio...

Fiz nossa cazinha de paia

mas nun atrapaia nos vivê.

Só quero tudinho fazê

pra quando morrê

do Sinhô recebê

as chave do céu.

Vô ficá perto da lua

ondí São Joge já mora;

mermo imbora

a lua tem hora

num sei purquê

num dexa a gente vê

São Joge.

Quandu eu tivé lá em cima

oiando aqui pra baxo,

acho, que vô chorá de sardade;

i minha lágrima vai se tanta

que vai molhá as planta

dí modo ela crescê.

Ocê vai vê.

Roberto Pinheiro Acruche

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Quem Sou eu

Eu sou um caso,
um ocaso!
Eu sou um ser,
sem saber quem ser!
Eu sou uma esperança,
sem forças!
Eu sou energia,
ora cansada!
Eu sou um velho,
ora criança!
Eu sou um moço,
ora velho!
Eu sou uma luz,
ora apagada!
Eu sou tudo,
não sou nada!
Roberto P. Acruche

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